sexta-feira, 9 de abril de 2010

Tudo entregarei, tudo deixarei...


Bom dia povo,ontem eu dormi pra caramba, não fiz praticamente nada, só estudei, estudei, estudei, estudei e estudei. Hoje eu to animadão, nosso coral vai sair pela primeira vez, vamos cantar hoje na Câmara Municipal, terno é obrigatório, depois eu conto como foi!

(Eu escrevi muito, mas acho que dá pra ler...ahauha)

Bom, quanto ao hinário,gostaria de deixar bem claro que não preguei contra grupos pequenos, prestação de contas e muito, muito menos contra o “louvor” profissional, apenas me referi a um fato que acontece nos dias de hoje em nossas igrejas, que é a repulsa pelo hinário evangélico, e de maneira nenhuma considero essa prática como algo não necessário para lembrar-mos da essência da nossa história.

Como é natural, todo reavivamento religioso é acompanhado por intensa atividade musical, portanto eu acredito que a profissionalidade deve ser instituída ao nosso cantar. Diferente de outros países, a música gospel no Brasil não é tão conhecida no mundo secular, ficando praticamente restrita a cena evangélica. São poucos os artistas que se projetaram fora do público evangélico e isso é algo que me frustra da mesma maneira que o hinário, para quem temos feito nossas músicas? Para os evangélicos? Ou para os doentes, fracos, viciados, moribundos, enlutados,perdidos ? E se fazemos porque eles não nos ouvem?

O culto cristão tem desde os tempos mais antigos,tem incorporado o canto de hinos, quer seja o canto moderno ou seja a hinódia. Na antiguidade, instrumentos de cordas, tais como a harpa e a lira foram usado com os salmos e hinos. Nos tempos atuais, os hinos são acompanhados por um piano e cantado apenas pelos idosos da nossa igreja.

Sou completamente contra ao fundamentalismo e não quero que retrocedamos no nível musical, o que eu quero é que não ignoremos a história que existe contida nessas poesias que se revelam completamente atuais em alguns casos. Sou completamente contra o que a mulher do comentário da Mari disse: “...customização dos hinos', a mudança do ritmo para algo mais atual. Ela me falou que isso é matar o hino...) Minha idéia e maior vontade é atualizar esses hinos, afinal de contas quando eles foram escritos, eram preparados para encorpar várias melodias diferentes, então matar o hino seria tranca-lo em apenas 1 melodia, eu quero estudar a historia e origens dos hinos, a tradição dos cantos de adoração, as biografias de mulheres e homens que morreram para escrever esses versos, a interrelação entre texto e melodia, o processo histórico fartamente cultural, os argumentos sociopolíticos, teológicos e estéticos referentes aos vários estilos da adoração cantada.

Não sou nem quero ser tradicionalista, mas não aceito quando matam o nosso hinário, se ele não trata 100% da história dos metodistas, ele trata da história do cristianismo e isso para mim já é motivo de pesquisa e de valorização. O povo mais avançado musicalmente falando, berço do gospel, oriundo da musica black, não se esquece desses hinos (http://www.thehymnsociety.org/) porque nós, analfabetos no mundo da música cristã, deveríamos abandonar o nosso hinário?

Quando eu fui pra Estonia, eu fui cobrado por não saber as músicas do hinário. Do outro lado do mundo, as igrejas metodistas cantam músicas do hinário, eu não quero passar vergonha de novo. Por favor não matem o hinário em nome da modernidade.

Tudo entregarei(Uma nova versão que eu me amarro...)

5 comentários:

  1. Concordo em gênero número e grau com você Tiago. Homens e mulheres semearam durante décadas, para que hoje pudéssemos viver essa realidade de fé. É importante pensar em resgatar a história e valorizar nossa tradição, que não se resume apenas na tradição wesleyana e sim o cristianismo como um todo. Grupos pequenos, prestação de contas, louvor e porque não o hinário. Sim o hinário e acho mais interessante ainda que um jovem como você tenha preocupações tão relevantes em meio uma juventude tão vazia, dentro e fora das igrejas. Você me deixa orgulhosa rsrs...

    Ps. Falando desse jeito vão pensar até que sou sua mãe.

    ResponderExcluir
  2. É isso aí...
    A partir do momento que temos o hinário em nossas mãos e não desfrutamos dele, é como se o estivéssemos enterrando com nossas próprias mãos.
    Não vamos deixar o hinário morrer!

    ResponderExcluir
  3. Concordo Tico!!!
    O que me fascina no hinário é a profundidade das letras e para mim essa característica é resultado da profundidade do relacionamento que aqueles homens e mulheres tinham com Deus.Não apenas as letras precisam ser resgatadas, mas a forma de viver em Deus por trás de cada declaração de amor, de entrega, de compromisso verdadeiro; Não de um evangelho interesseiro, de PRIMEIRA PESSOA, onde tudo se refere a nós, tudo é por nós, onde a salvação é mais importante que o salvador... O hinário é um instrumento de ensino de nossas tradições cristãs...ele não pode morrer!!!!

    ResponderExcluir
  4. Concordo Plenamente !
    Faço das suas palavras as minhas, principalmente na parte " matar o hino seria tranca-lo em apenas 1 melodia " , Para mim a maior beleza do hinário é a profundidade da letra, e ter a história da nossa igreja em nossas próprias mão. O hinário é algo que NUNCA deve ser esquecido, mas sempre há espaço para adaptações, incrementa-lo com uma melodia é muito legal, eu tenho o CD do André Valadão - Clássicos, onde ele pega hinos e coloca uma nova melodia neles, e eu me amarro em ficar ouvindo, não só por causa da melodia , mas a profundidade das letras me emocionam como eu já disse antes.
    Eu vejo muuito hoje em dia jovens e juvenis taxando o hinário de ' careta ', que é coisa de velho, ou então, musica pra tocar em enterro (haha) e como já foi citado antes, a mudança de melodia do hino é uma forma de chama-los a ouvir esses hinos e desfrutarem um pouco dessa história, isso sim é dar vida, pra que outros possam viver..haha, deixar o hino trancado a uma melodia é matar o hino ! e é por isso que hj em dia só tem velhinhos acompanhados de um piano cantando um hino.
    Eu me lembrei de uma história da minha igreja que tem haver com o assunto: na minha igreja tem um orgam bem "gótico", com aquele som bem "Medieval", e naquele dia o meu pastor foi tocar uma musica nele, e na hora chegou uma visita na igreja, quando o pastor começou a tocar... a mulher levantou e saiu correndo falando que aquilo não era uma igreja..HAHAHAHA'. Por isso a costumização é algo que vem a calhar, algo que é dar VIDA !

    ResponderExcluir
  5. Como sempre o seu post sobre o hinário foi perfeito!

    ResponderExcluir