sexta-feira, 29 de julho de 2011

Caminhante

“E disseram um ao outro: Por ventura, não nos ardia o coração quando ele, pelo caminho, nos falava, quando nos expunha as Escrituras?” Lucas 24, 32


No livro de Lucas, somos convidados a acompanhar dois discípulos que se dirigiam de Jerusalém, que era a cidade da esperança, para a cidade de Emaús, onde tentariam ou fugiriam para um novo começo. Enquanto eles caminhavam, o sol começava a se esconder e o dia se transformava em noite... Também dentro do coração deles.

Todos os seus sonhos e esperanças morreram em uma cruz junto com Jesus, então o futuro deixava de existir, os planos de uma vida feliz pareciam agora, muito distantes. Durante a estrada da vida algumas lombadas, buracos e vales nos levam a achar que não existe mais motivo para sonhar, para perseverar. O forte calor do sol e o frio da noite fazem parecer que o caminho é mais longo e cansativo do que ele realmente o é. Então Jesus se torna um estranho, um estrangeiro que caminha ao lado, ou nós nos tornamos cegos e perdemos a nossa esperança no amanhã.

E então esse estrangeiro se aproxima e em silencio começa a escutar as dores e as tristezas dos discípulos, entendendo e enxugando cada lágrima (afinal Ele mesmo já as chorou) e sem que eles percebam, Jesus trás solução a situação, explicando as palavras à luz da verdade Ele se torna a verdade, rememorando as promessas Ele se torna a palavra revelada que é esperança para nossa vida. A vida e o amor de Cristo Jesus é poder para matar a nossa desesperança, força para destruir o nosso desânimo e vida para ressuscitar os nossos sonhos.

E no caminhar a três, eles sentiram o coração estranhamente aquecido e entenderam que caminhar com aquele homem significava segurança, eles podiam confiar nele, sentiram que ele tinha a resposta e sabia a direção, entenderam que só existem duas maneiras de chegar a algum lugar: conhecendo o caminho ou andando com quem conhece.

Pouco a pouco a confiança se transforma em convite, em jantar, em conversa, em sorrisos e em partilha. E é celebrando a ceia que Deus se manifesta, é na comunhão que o Espírito de Deus se mostra e se transforma em alegria, nossa vida e nosso propósito se revelam nessas duas palavras: Caminhar e Partilhar. Eles não reconheceram Jesus durante todo o caminho, mas somente quando ele abençoa e parte o pão, eles se lembram Dele, através da sua atitude que marcou muito mais do que a sua aparência ou do que o som da sua voz.


Agora o coração ardia e os olhos já viam a verdade, reconheciam um rosto, rosto que já não estava mais lá, tinha partido, mas agora a noite já não assustava mais, corriam na escuridão, sem medo dos tropeços, guiados através da fé voltam a Jerusalém, que já não é mais a cidade da morte e sim a cidade da promessa, promessa da volta que era mais do que real e que tinha ceiado com eles. O crepúsculo do medo, da desilusão renasce revelando uma aurora de esperança, de segurança, de graça e de Amor.

Que Aquele que se chama Amor possa caminhar sempre contigo,

e que a partilha seja sempre um sinal de que Ele se faz presente.


Tiago Costa.


Um comentário:

  1. Padriiinho *------*
    ahh, que Deus continue te abençoando cada dia mais, que sua vida seja repleta de bençãos!

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